Histórico
A profissão de nutricionista surgiu no Brasil na vigência da Segunda Guerra Mundial quando se sentiu de forma marcante a importância da alimentação saudável e adequada para o crescimento de crianças e desenvolvimento adequado dos indivíduos, a manutenção da força de trabalho dos exércitos aliados, a resistência às infecções por parte da população quando ainda não se conhecia a penicilina (primeiro antibiótico isolado), e foi então que se idealizou um profissional que viesse a atuar em hospitais, escolas, assistência alimentar aos trabalhadores e seus familiares em restaurantes populares e em postos de subsistência, em educação alimentar junto à comunidade bem como no trabalho de inquéritos alimentares e ainda nas investigações de natureza socioeconômica e estudos dos processos de saúde e doenças relacionados à nutrição.
Diante do exposto, foi criado em 1939, no Brasil, por iniciativa do professor Geraldo Horácio de Paula Souza, na Universidade de São Paulo – USP, o primeiro Curso de Nutrição, tendo seu início em 1940.
Ainda na década de 40, a cidade do Rio de Janeiro, então Distrito Federal, veio a sediar outros cursos de graduação em Nutrição como o do Serviço de Alimentação da Previdência Social – SAPS (1944), hoje incorporado à Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO); o do Instituto Annes Dias da Secretaria Geral de Saúde e Assistência (1945), hoje incorporado à Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e o da Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1946, sendo que seu funcionamento teve início em 1948.
Na década de 50 foram criados os cursos de Nutrição da Universidade Federal da Bahia – UFBA (1956) e da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE (1957). Ou seja, até início da década de 60, o país contava com 06 (seis) cursos de graduação em Nutrição, o que era insuficiente para formar nutricionistas para atender à demanda nacional.
Até a década de 70 o estado de Minas Gerais não contava com nenhum curso de graduação em Nutrição e foi nessa época que tendo sido criado o Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição – INAN, órgão vinculado ao Ministério da Saúde e que tinha como meta arrojada, desenvolver os programas de nutrição no País, período chamado do Milagre Econômico, que a Universidade Federal de Viçosa – UFV, teve a iniciativa de criar em Viçosa – Minas Gerais o primeiro Curso de Nutrição do Estado. Isso se deu por meio da Portaria nº 312/76 do Reitor da UFV que nomeou uma comissão para apresentar o projeto de criação do curso.
Em 12 de julho de 1976, a Comissão instituída apresentou o projeto à Coordenação de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE), que o aprovou e o curso teve início no ano letivo de 1977, sendo o décimo sexto do País, por ordem de criação, e o primeiro do Estado de Minas Gerais, vindo, pois, preencher uma lacuna que há muito existia nesse Estado da Federação.
O reconhecimento do curso, pelo MEC, foi feito em 11 de novembro de 1981, pela Portaria nº 604 do Ministério da Educação e Cultura, tendo este sido renovado em 30 de dezembro de 2014, conforme Portaria nº 823 do MEC.
Atualmente, além do curso de Graduação em Nutrição, a UFV oferece o curso de Pós-Graduação Lato Sensu – Especialização em Nutrição e Saúde e o curso de Pós-graduação Stricto sensu em Ciência da Nutrição, em nível de mestrado e de doutorado.
Além das atividades acadêmicas do curso de Graduação em Nutrição, os discentes têm oportunidade de atuarem como voluntários ou bolsistas em projetos e programas relacionados a ensino, pesquisa e extensão, coordenados por docentes e, ou técnicos da Instituição, além de participação na Empresa Júnior de Nutrição (EmpNut) e no Programa de Educação Tutorial (PET Nutrição). A articulação entre atividades de ensino, pesquisa e extensão estimula o desenvolvimento de um ensino crítico, reflexivo e criativo e favorece a construção do perfil almejado dos futuros profissionais.